21/03/2023 CDL INFORMA

PIB de Minas Gerais fecha 2022 com crescimento real de 3,5%

PIB de Minas Gerais fecha 2022 com crescimento real de 3,5%

O Produto Interno Bruto (PIB) de Minas Gerais para 2022 totalizou R$ 924,7 bilhões, conforme estimativa preliminar da Fundação João Pinheiro (FJP) – responsável pelo cálculo oficial do PIB do Estado. No ano, houve crescimento real de 3,5% em Minas frente a 2021, acima do desempenho do País (2,9%).

 

“Por trás desse resultado percebemos uma contribuição muito importante do valor adicionado da agropecuária e do setor que tem o maior peso na economia do Estado, o de serviços. A indústria foi o segmento que menos contribuiu para o crescimento do PIB mineiro no ano passado”, analisa o pesquisador da fundação, Raimundo Leal.

 

Em termos proporcionais, a contribuição de Minas Gerais para o PIB do Brasil correspondeu a 9,3% em 2022, superior ao verificado em 2021. Com isso, o PIB de Minas Gerais teve a maior representação no cenário nacional nos últimos 20 anos.

 

O especialista explica que, apesar do desempenho negativo do PIB estadual no terceiro e quarto trimestres de 2022, respectivamente -2,9% e -2,0%, na série com ajuste sazonal, o resultado anualizado é positivo, isso em função dos resultados do primeiro semestre de 2022, principalmente do segundo trimestre (6,1%).

Do valor total do PIB mineiro em 2022, 63,7% (R$ 521,0 bilhões) são atribuídos aos serviços; 28,9% (R$ 235,9 bilhões) à indústria e 7,4% (R$ 60,7 bilhões) à agropecuária. O setor de serviços registrou expansão de 5%, e o agropecuário, elevação de 9,7%. A indústria foi o segmento que menos contribuiu para o resultado de 2022, com variação de 0,1%.

 

Destaque

O agrupamento formado por “outros serviços”, que inclui uma série de serviços pessoais e voltados para o consumo das famílias, além de serviços profissionais, foi o destaque em 2022, com expansão de 10,4% no Estado e de 6,3% na economia brasileira na comparação com 2021, e se relaciona com a continuidade na retomada da demanda por serviços, sobretudo daqueles que dependem da movimentação e circulação das pessoas após a pandemia da Covid-19.

Nesse sentido, destacam-se os setores ligados ao turismo, de hospedagem e alimentação fora do domicílio e de aluguel de carros (segmento que possui representatividade na economia mineira). A Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), confirma a expansão anual superior no Estado na comparação com a economia brasileira dos serviços prestados às famílias, das atividades turísticas e dos serviços profissionais, administrativos e complementares no ano passado.

 

VAB da agropecuária subiu quase 10%

O Valor Adicionado Bruto (VAB) da agropecuária que registrou alta 9,7%, conforme a Fundação João Pinheiro (FJP), foi  influenciado pela expansão na quantidade produzida em 2022 de quatro principais culturas da pauta agrícola mineira (café, soja, cana e milho), comparativamente a 2021, segundo o Levantamento Sistemático de Produção Agrícola (LSPA) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No Brasil, ao contrário, a atividade agropecuária recuou 1,7% em 2022 comparativamente a 2021, em razão da redução na produção da soja (principal cultura da agricultura nacional) ocorrida no primeiro semestre de 2022.

 

A atividade comercial mineira também apresentou variação positiva no volume de valor agregado de 1,1% em 2022. Nessa ótica de comparação, conforme a FJP, contribuiu para a evolução favorável em termos anualizados a ampliação no volume de vendas de combustíveis e lubrificantes; de livros, jornais, revista e papelaria e de artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos. A administração pública foi outra atividade com crescimento em 2022:  1,8%.

 

Em Minas, o segmento transportes registrou aumento de 4,9%, resultado abaixo do nacional (8,4%). O ritmo de expansão menor do setor em termos anualizados no Estado na comparação com a economia brasileira se deve ao nível de atividade da indústria de transformação local menor, que teve um recuo mais acentuado em Minas. O resultado deve-se também ao importante encadeamento da atividade mineral com o modal ferroviário, tendo em vista o resultado negativo da indústria de mineração do Estado em 2022.

 

Indústria

A indústria da construção civil expandiu 5,4% em Minas Gerais e 6,9% em âmbito nacional, corroborada pelo aumento na ocupação da atividade econômica em 2022. Outro segmento que cresceu foi o de energia e saneamento, que apresentou alta de 4,0% no ano passado frente a 2021. O resultado positivo em termos anualizados se deve ao aumento na geração de energia elétrica ao longo de 2022 (com exceção do quarto trimestre do ano), em razão da recuperação no volume útil dos principais reservatórios do Estado após a crise hídrica de 2021. De fato, de acordo com o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), a geração de energia elétrica em Minas Gerais aumentou 29,9% na comparação de 2022 com o ano anterior.

 

Já a indústria da transformação registrou resultado negativo (-1,3%). Dados do consumo de energia elétrica industrial da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) confirmam o  desempenho anual inferior em Minas Gerais: enquanto, no Brasil, o consumo de energia pela indústria ficou praticamente estável, no Estado, houve retração de 3,3% na comparação de 2022 com 2021.

 

De acordo com a Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física (PIM-PF), do IBGE, os segmentos que mais contribuíram para a queda no volume anual de Minas Gerais foram os de fabricação de produtos têxteis, metálicos, químicos, de papel e celulose e de minerais não metálicos.

 

Outra indústria com queda em 2022 foi a extrativa mineral (-1,6%) que, segundo o pesquisador da FJP, Thiago Almeida, foi prejudicada  tanto pelo excesso de chuva no início do ano passado quanto pelo lockdown ocorrido na China, importante comprador de minério de ferro.

 

Foto: FCDL/MG

Fonte: FCDL/MG

Autor: Diário Do Comércio

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